
Tenho certo desprezo pelas coisas normais
São entediantes de mais
Odeio ver tudo organizado em seu lugar
Fica tão difícil de encontrar, me encontrar
Não gosto daquele cheiro de novo
O novo não tem boas histórias pra contar
Gosto de coisas velhas do passado
Da madeira manchada e do metal enferrujado
E como me agrada o barulho da porta sem óleo
E o som das engrenagens desajustadas de um relógio
Não troco meu tênis desbotado
Por nenhum que seja importado
É indispensável minha velha calça jeans
Minha larga camiseta do Raul e o All Star sujo
Do terno, da gravata, das normas de etiqueta eu fujo
Que porcaria é essa de foto editada
Amo polaróide, rosto embaçado, olho vermelho
Há quem prefira no azul por aí
Fazer biquinho em frente o espelho
Entretém-me o que é feio e sem graça
Como quadros, pessoas e insetos*
Caminho certo e sozinho
Por caminhos sempre incertos
(quase) Nunca freqüento lugares badalados e luxuosos
Não que eu goste de lixo, só não gosto do que reluz
Prefiro lugares quase vazios, quase cinzas
Um pouco sujos e meios sem luz
Não há nada de maior sabor que a feijoada requentada
Que o vinho tinto envelhecido
Não quero saber de um novo amor
Quero os antigos não correspondidos
Deixo as meninas mais novas gostarem de mim
Prefiro garotas maduras que sabem o que quer
Maduras equilibradas isso me satisfaz
Nada de menininhas perdidas e sentimentais
O colorido de mais, me enjoa
Prefiro o preto, o cinza, o desbotado de qualquer cor
Antes um homem vivo e odiando
Do um homem morto de amor
Bebo Café Forte e nunca bebo chá
Misturo fermentados e destilados
E assim fico caído do outro lado
Às vezes pra não entrar em conflito
Cometo secretamente um ato ilícito
Se eu uso uma droga é pra não desesperar
Só não deixo ela me usar
Gosto sim de cutucar uma ferida
Seja da minha pele, seja da minha vida
Aquela tarde de frio, chuva e medo
Ainda é minha preferida
Não suporto ver o povo aí parado
Conformado com tal realidade
Destruidora ou não
Sou a favor de uma revolução
Tenho total desprezo pelas coisas normais
Gosto friamente do caos, do errado, do estrago, do que dói, do que não presta
Sim é isso que me interessa
É isso que me resta.
*canvenhamos são mais interessantes.
Meus poemas têm ficado grandes, mas isso nem vem ao caso e acho que esse lembra um pouco Clarice Lispector.
6 comentários:
Poxa, amei teu texto, em parte ele parece comigo, gosto de coisas simples e antigas, de coisas que carreguem consigo histórias, mas não dispenso o novo.
Três coisas me fizeram virar tua fã:
1° Raul *-*
2° All star sujo
3º Clarice Lispector
te cuida. ;*
adorei o poema. É diferente, não fala só de amor, saudade, amizade, etc... é original, o que significa o máximo.
amei o texto. estou começando a estudar a estrutura dos poemas na escola. Vai ser legal ter uma fonte de pesquisa e analise!
Parabens ;D
All star sujo!
Caraa, não tô sozinha nesse mundo..
{ ogb por me seguir ;*
desculpe a demora, mais respondendo seu comentario, as pessoas tentão resolver determinados temas de forma que agravam o problema, temas como o racismo, acredito eu que as crianças que nascem não sabem o que é isso ou seja cabe a nos manter ou ainda este tema ou passar ele de forma que elas(as crianças) vejam de uma maneira suave para que elas desconsiderem o assunto e morra de uma vez por todas esse problema. por que desta postagem? Tem um rapaz na minha classe que é negro, por mim tudo bem as pra ele não, ele se sente prejudicado e tem a convicção que todos os outros são superiores a ele, fazer o que a gente é o que a gente pensa.
nossa nada vê essa postagem acima..
na real!!!!
não gostei....previro VIVER diferem!!olhando sempre pro precente!!o passado ja nos vez bem!!o futuro pode ser bem melhor pQ saberemos onde podemos melhorar!!!
um pergunta!!!a foto é do seu tenis!!
shaushuahsuahs'- È igualzinhoO!!
;*
Postar um comentário